Dra.
Véroniqe Simon condenada
ALERTA !
A trágica história de Margaret Seilé
desfigurada pelo Dra. Véronique Simon
Em 1996, eu estava na casa dos 50 anos e tinha uma vida dinâmica e satisfeita. Decido então dar um toque de juventude ao meu rosto, que era um pouco fino pois todos somos muito magros na família. Como habitualmente nesses casos, foi uma amiga que me indicou um « bom » profissional : a Dra. Véronique Simon.
Eu me informei e a Dra. parecia realmente ser uma referência : esta dermatologista apresenta-se como a « papa do rejuvenescimento sem intervenção cirúrgica » - era o que eu procurava – e além disso, a jet-set parecia ter passado pelas suas mãos.
Pequena e magra, a Dra. Véronique Simon pareceu-me um pouco tímida mas me falou de seus problemas particulares : mais uma vez ela estava sendo submetida a controles fiscais, e seu marido acabava de levar suas crianças consigo para Israel... Suas propostas foram rápidas : ela aplicaria injeções aqui e lá, três a quatro vezes por ano e eu perceberia facilmente a diferença.
Realmente eu percebi. .
No momento, eu paguei a consulta (paguei caro, mas eu sabia), um pouco estupefata de não ter recebido maiores detalhes sobre o que seria feito, assim como pelo fato de a médica-dermatologista não ter realizado nenhum questionário elementar sobre a minha saúde. A Dra. Véronique Simon também não solicitou que eu fizesse nenhum exame. Mas a Dra. Simon não me encorajou a fazer perguntas, ela recebe os clientes seguidamente, num tempo cronometrado. Eu continuei a frequentar o seu consultório durante três anos para fazer as minhas duas a três injeções anuais. Num primeiro momento, fiquei contente com o resultado, que não era espetacular, mas dava um aspecto mais liso à pele e até mesmo bastante natural. Mas depois, ao cabo de sete anos (deste tratamento !), eis que começam a aparecer vermelhidões no local das injeções, ou seja, sobre as minhas bochechas e minha testa. Um pouco inquieta, marquei uma consulta com a Dra. Simon que me confortou dizendo que tratava-se de um fenômeno inflamatório habitual e comum. E fez a aplicação de um produto para me aliviar.
Mas, infelizmente, minha descida aos infernos começou...
O estado do meu rosto se deteriorou rapidamente, ao ponto de eu me achar irreconhecível em alguns meses : grandes « tumores » vermelhos e inchados me desfiguraram completamente. Estávamos em 2003, o choque foi imenso e as consequências devastadoras : minha vida profissional tornou-se impossível, assim como a minha vida social, sem contar a minha vida sentimental. Eu caí numa grave depressão e só sobrevivi graças a medicamentos, antidepressivos, antiolíticos e soníferos. Além de ficar horrível, os tumores são dolorosos, e as toneladas de maquiagem que eu tento utilizar para dissimular um pouco a minha deficiência tornaram-se uma tortura insuportável. Duas vezes por dia, maquiagem e desmaquiagem. Eu passei a andar com a cabeça baixa, dissimulando como possível o meu rosto desfigurado, parei de me comunicar, passei a sair apenas quando estritamente necessário, comecei a me isolar do mundo. Eu me senti atingida na minha mais profunda intimidade, senti vergonha, como se eu tivesse sido violentada. Mas é exatamente disso que se trata, de um estupro da minha identidade.
A Dra. Véronique Simon roubou a minha vida. O sofrimento que me submerge tornou-me estranha à mim mesma.
Não sei onde encontrei energias, mas decidi ainda assim lutar. Não quero morrer agonizando nesse sentimento de injustiça que devora o meu cotidiano. .
Recorri então ao Conselho da Ordem de Médicos de Paris. Estupefata, descubro no dia em que fui chamada a prestar esclarecimentos sobre a minha situação, que os « casos Simon » sucedem-se regularmente. Já existia meia dezena de reclamantes, no mesmo estado que eu. Simon estava lá, perfeitamente calma, com ares de entendiar-se profundamente. Quando eu tomei a palavra, ela respondeu que nunca tinha me visto... E o único diagnostico que recebi da instância do Conselho da Ordem dos Médicos foi « reclamação não recebida ». Fiquei arrasada.
Enquanto isso, eu aguardava consultas com autoridades da cirurgia reparadora, os professores Laurent Lantieri e Maurice Mimoun – que eu agradeço aqui publicamente pela sua exemplar gentileza - ; os seus vereditos caem como uma lâmina de guilhotina : Simon tinha me injetado silicone, o que é absolutamente proibido, e tinha utilizado fios não reabsorvíveis. Os desgastes são tão devastadores que uma operação torna-se impossível, ninguém pode fazer nada pelo meu rosto, por mim. Estou desfigurada para o resto da vida. Tenho a impressão de me esvaziar completamente com esse diagnóstico, principalmente ao saber que a situação do meu rosto continuará inexoravelmente a piorar. Os dois especialistas me confirmaram também que essas reações só aparecem sete anos após a primeira injeção. .
Minha perspectiva, para os próximos anos, é parecer mais ou menos com o homem elefante.
Quem teria vontade de viver isso ?
Mas no momento não terminei meu combate. Não é possível deixar a Dra. Simon agir assim impunemente. Contratei uma advogada, uma mulher formidável, Dra. Samia Meghouche, acostumada com causas desesperadas ou desesperantes, não sei muito bem. A pericia médica, apos biopsia concluiu pela « presença de silicone e de fios não reabsorvíveis ». O professor Laurent Lantieri, generosamente, aceitou testemunhar perante os tribunais em relação à pericia médica ; ele me diz : « estou cansado de ver médicos CRIMINOSOS que desfiguram seus pacientes... ».
Pois Dra Simon é conhecida !!! Agora que comecei a divulgar a situação, sobretudo para os profissionais da área de saúde, o que eu escuto é : « ah, sim, nós a conhecemos ! ». As audiências na justiça acontecem entre especialistas, peritos e homens da lei. No meu dossiê ha certificados médicos dos Drs. Lantieri e Mimoun, da Previdência Social atestando a minha incapacidade para o trabalho e a antecipação da minha aposentadoria, do psicólogo que me acompanha desde estes últimos anos trágicos e que atesta que meu tratamento antidepressivo é a causa de uma degeneração dentária considerável que sofri...
Eu ganhei o processo. O tribunal condenou a Dra. Véronique Simon. A decisão foi de 15 de fevereiro de 2010, na qual o tribunal considerou « que existe um conjunto de elementos suficientemente precisos, graves e consistentes para estabelecer que a Dra. Simon injetou silicone liquido na ocasião do tratamento realizado na Madame Seilé ; em razão da característica nociva deste produto, esta injeção constitui uma falta que a torna responsável, e ela devera indenizar Mme Seile por todos os danos sofridos em razão disso. » E o tribunal concluiu que « a Dra. Véronique Simon não forneceu um tratamento à Mme Seile conforme aos avanços da ciência, e em consequência condena-a a indenizar integralmente os danos decorrentes da injeção no rosto de silicone liquido e fios não reabsorvíveis ». Simon tinha três seguradoras que desistiram pois tratou-se de « culpa profissional muito grave » ; ou seja, o Tribunal decidiu que a garantia das seguradoras não era devida pois « a Dra. Simon praticou atos não garantidos contratualmente ».
Seria esta a retribuição para a dermatologista ?
Minha alegria entretanto foi minguada : esta mulher que destruiu minha vida apenas foi condenada a perdas e danos estipulados em 88.200€ + 3000€ em virtude do artigo 700 do Código de processo civil (honorários advocatícios + gastos judiciais e de pericia medica). Evidentemente que é reconfortante ver que justiça foi feita, mas o que eu esperava era uma proibição da prática medica, ou a prisão... Os criminosos que atentaram contra vidas pagam o preço devido, porque não a Dra. Simon ? Não teria ela me privado da minha vida já desde 10 anos ? Não teria ela me privado definitivamente dos anos que me restam a viver ? O fato de ter sido a única que ganhou o processo contra essa médica, malfeitora, criminosa, estripadora (é verdade, quando eu a conheci a Dra. Simon me disse que para pagar seus estudos de medicina ela tinha escolhido trabalhar no necrotério e cortar cadáveres, eu deveria ter escutado melhor) não me consola em nada.
E o pior ainda está para acontecer …
Alguns meses depois de ter ganhado o meu processo, eu descubri que a Dra. Simon se mudou para Londres. Incrédula eu acessei seu site web ; e eis que a encontrei, é ela mesma, impecavelmente maquiada, com ar de preocupação pela saúde de seus pacientes, com um consultório instalado num bairro chique da capital inglesa e propondo no seu site uma gama de produtos de rejuvenescimento com o seu nome (cuja empresa esta sediada em Mônaco). Eu tremo de indignação !!!
Eu recorri então ao tribunal competente em Londres. A sentença pronunciada é a mesma : « culpada ».
Até hoje a Dra. Simon não recorreu das decisões da justiça.
Mas ela também nunca me pagou o valor que o tribunal ordenou que me pagasse.
É por isso que me pareceu absolutamente necessário criar esse blog, avisar e prevenir outros e outras, evitando-lhes assim que lhes aconteça o que me aconteceu. Ser útil, impedindo que uma fruta podre contamine o resto da cesta.
MEU FUTURO ENCONTRA-SE NESTA VIA E EU CONTINUAREI ATÉ O FIM !
Margaret Seilé
Agradecimentos :
Professores Laurent Lantieri e Maurice Mimoun
Dra. Samia Meghouche, advogada perante a Ordem dos Advogados de Paris
Escritor consultor Dominique Rougier ( www.reussirsesecrits.com )
Website Update : Proactivis.com ( www.proactivis.com )